Porque outrora fui tão pura
E agora me sinto tão imunda?
Porque nessa vida a desventura
Me tomou por presa desnuda?
Porque de passado infante
Tornei a presente errante ?
Ah, se eu pudesse retrocederia
Ao tempo em que o mal não conhecia
Pequei, caí, desfaleci
e sem forças me revolvo
Nesta terra em que me perdi
Faço lama de novo e de novo
Mas enlameada e suja te contemplei
E linda e tua me vistes
Ah, Pai, tu me vestistes
Com as roupas mais brancas que eu já vi
Ah, eu te chamei de Rei
Mas além disso me chamaste de princesa
Tu me fizeste da realeza
De modo admirável e maravilhoso, e eu, só aceitei
Igual a ti, outro não há
Nada no mundo há de se comparar
Tu resplandesces sobre a face do abismo
Com a chama que ninguém pode apagar
Vai aos becos mais profundos
Procurando os filhos perdidos
Que querem novamente chamar o reino de seu mundo
Vai às vielas mais estreitas
Resgatando do inimigo que, a espreita
Procura roubar as ovelhas do Pai
Ah, este amor!
Este amor!
Mais forte que a morte
Tem poder pra sarar toda dor!
Ah, Ele é meu criador,
Mas eu quis lhe chamar de Senhor.
Senhor da minha vida
Senhor de tudo que tenho
Senhor de minh'alma atrevida
Que a toda hora detenho
Ah, Deus,
Eu quero subjugar a minha carne
Ao Teu glorioso Espírito
Quero tornar me alva
Na medida em que já fui salva!
Obrigada meu Pai
Obrigada meu amado Pai
Porque já não me chama de serva somente
Mas de filha e amiga, que presente!
Limpaste de mim cada gota de lama
Todo barro, lixo, pó, cada grama
Me chamaste de santa, me levaste ao teu paraíso
Nunca mais estive órfã ou sozinha
Minh'alma tem dono, não mais definha
Eu sou tua amada. És tudo que preciso!
Ah Pai, tu és meu paraíso.
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