quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Alma sem cidade

Por que, alma minha, está triste?
Por quê? Lhe faltaria o quê?
E o sol, porventura não viste?
E, senão na razão, aonde encontraria eu a tua explicação?

Acho que teu fabricante não traduziu teu manual
Acho que és importada das índias distantes
Como especiaria rara, minha cara
Penso em percorrer o mar para te encontrar

Mas isso seria loucura sim
Afinal vales tanto assim?
Se não te entendo, não podes mandar
Não em mim, não foste feita pra governar

Te vejo, te sinto, te escrevo, te sou
Mas as vezes me decepcionas sim
As vezes mergulho em confusão
Ao perceber que és gelatina de mim

Como apoiar-se no que vai e vém?
Não te entendo, não posso mais te manter
As alturas da vida não te comportam
Ficaste na infância. Onde não havia compromisso. Nem verdade sólida. Nem imagem... Nem outros...
Agora a construção há de erguer-se. A vida e o tempo de ver cidade é chegada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário