terça-feira, 3 de junho de 2014

Filha, Venha.

Porque filha, te faz órfã?
Porque filha, me rejeita?
Filha te amo, não faz isso
Não me traias com esses covardes
Eu sou a verdade 
Nada podes sozinha, 
Sem mim você definha
E acha que está boa 
Está bêbada e louca 
O pecado te atordoa 
Você está ficando rouca
Filha! Grita aos montes!
Não suma a tua voz!
Paguei caro pela tua cirurgia
Eras muda, era só
Agora falas, então conte ao mundo que falas
Que falas comigo, sim, tu falas comigo, não és muda
Então fala. Não te faça de surda.
Também tua audição me custou caro.
A terra é distante do céu, 
Como você é distante de mim,
Quando me ignoras assim .
O que fiz, filha, foi um atalho
Uma passagem secreta e sobrenatural 
Criei uma rede sem fio que te liga a mim
Essa rede te liga a eternidade, 
Que não haverá fim porque se torna celestial 
Mas não te limites! Caminha, filha...
Preparei um caminho para ti 
Aplainei montes e te coloquei em veredas 
Te disse o caminho 
Ando contigo, tens a senha da rede secreta
Sussurra, que ouço 
Ouço do castelo e ouço do calabouço 
Fui até as entranhas da morte conquistar um antídoto pra ti 
Porque morrias sem perceber, e nada podias fazer 
Então do meu próprio sangue te fiz reviver
Ah, filhinha, foi tão bom te ver nascer 
Tudo o que fiz entreguei a ti 
A minha vida tem sido amar e amar a ti 
Tudo que anseio é te ter aqui 
Já arrumei teu quarto, varri a sala e fiz comida 
Lavei tuas roupas e te vesti como princesa
Te chamei pra viver no meu castelo 
Mas tiraste as roupas, preferiste os trapos, 
Vives morrendo em ruas e becos escuros
Querendo estar comigo, enganada e perdida
Então chamo de novo, de novo
Sei que me negaste no passado
Mas o tempo é meu servo também 
Então te perdôo filha, vem pra mim de novo 
Vem viver comigo.
Meus braços abertos jorram sangue que te cura 
E te cobrem com abraços que te sustentam 
E de amor que te resgata, a graça que te amou inata 
Meus braços abertos te puxam pra dançar 
Se livre das correntes, filha 
És filha do imperador das galáxias 
De todo o universo, mesmo o que não foi descoberto
Teus olhos são pequenos, filha
E enxergam tão pouco,
Para de tropeçar 
E deixa eu te ensinar a caminhar .

Filha, eu sei quem tu és. Tu que não descobriu ainda talvez. Mas eu sempre soube.
Vem aqui, vou te contar. Me chama que vou te ajudar. Eu não me nego aos meus filhinhos.
Se prostre, quero sinceridade e humildade. Não me venha com "containers" de entulho, que eles não passam pela entrada do meu castelo. No meu castelo cabe você, do jeito que eu fiz pra ser.
Venha e verás. Ora que te ouvirei, e responderei. Clama que atenderei. Chama que me inclinarei pra te ouvir melhor. Te ajoelha, ora, chora, o meu colo é o melhor de todos, os meus ombros parecem almofadas, e o meu coração é o ventre de plenitude em que te criei, os lagos de amor que foram tua placenta. Filha, volte ao teu Criador. De verdade. Não perca teu tempo, tua vida, e o que eu quero pra ti em instantes bobos, eu tenho a vida pra te dar. Vem viver, filha. Tu és a humanidade, mas hoje te adoto como filha. Vem ser filha, vem fazer cidadania no céu. O cartório ta pronto. O caminho ta pronto. O que precisares é teu por direito, te dou por herança as nações. 
Então Filha, não te demores pra sempre. Venha.

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