terça-feira, 14 de julho de 2020

Meu lar, história

Minha saudade, meu lar
minha infância, minha vida
em versos vou contar
minhas lembranças preferidas

Cresci no bairro medianeira
jogando bola na rua
indo no armazem comprar pão
e escapando de noite pra ver a lua

Minha mãe ralhava comigo
e depois me botava na cama
se anjo existe minha mãe é uma
saudades da minha mãe preta, Adriana

Sabe, na casa em que eu cresci
não havia muito espaço
mas sobrava criança aqui e ali
minha irmã correndo atrás de mim
e depois nós dois fugindo do laço

Eu dizia que não gostava deles
mas hoje sei que sem eles eu não seria
quem hoje tenho orgulho de ser
e todo sucesso que alcancei, de nada valeria

Mas faz 4 anos que não os vejo
Minha mãe, que trabalhou a vida toda
se foi cedo, a nossa família se partiu
e hoje falar com meus irmãos é o que almejo
Mas se afastaram, e nunca mais ninguém se viu

Eu vim pra São Paulo trabalhar
Pedro se casou e foi morar em Santa Maria
Gabriel teve nota boa no enem e foi estudar
e Clara, esperta que sempre foi, abriu sua própria companhia

E eu fui pra Porto Alegre, pra nossa antiga casa
passar as férias e da nossa infância relembrar
sabe, a saudade bate forte, e reviver seria sorte
mas estando ali naquela casa, sem eles, não era lar

Lar é família, pertencimento
é todo mundo na mesa, chorando ou rindo
lar é casa cheia, mesmo que geladeira vazia
lar são as lembranças, e não concreto ou cimento
A família unida mesmo com meu pai indo e vindo
os cachorros brincando no pátio e nos fazendo companhia

E percebi que o lar estava agora em meu coração
por mais que a distância fosse nosso muro
a minha armadura são as lembranças que carrego comigo
O aconchego da mãe sempre foi meu ferrolho, e dos meus irmãos
as memórias que carrego são meu amuleto, meu porto seguro
pois não há lugar melhor no mundo que o meu lar, meu abrigo, meu tudo