quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Orvalho

Ó Pai,

Me sinto como o orvalho
Acordo pela manhã
E vejo que viva sou
Mas pela noite eu logo falho
Percebo que lá já não estou

Eu sou tão inconstante
Não obstante,
Volátil, sou evaporada
No ritmo natural dos dias
E ninguém sente minha falta
Afinal amanhã outro orvalho haveria

Mas será que então não valho?
Visto que sou orvalho?

Talvez humanos não me valorem
Talvez a natureza não me distinga dos demais
Mas Pai, ainda assim eu sei
Tu me conheces.
Tu me amas,
Pela manhã, pelo meu nome...
Tu me chamas!

E nunca desiste de chamar,
Mesmo que como orvalho,
por vezes te deixe a falar
Ainda que desistas de Te buscar
Lá tu estás... E para sempre estarás

Não és orvalho, como eu sei que sou
És o meu campeão, o Grande Eu Sou
És a Estrela de Davi, Raíz de Judá
E nunca, em nada, falharás

Tu não falhaste ao criar o orvalho
Ele tem o seu valor
Tu lhe destes grande importância
Em Ti encontro a minha relevância

Jamais quero te abandonar, Jesus
Arranca de mim: ganância e orgulho
Replanta enfim: amor e verdade
Meu coração ainda inspira eternidade.

Vim do céu
E cá estou eu
Repouso sobre as flores
Reflito a luz do sol,
Espalho as cores da vida
Espalho o amor de Deus

Eu sou propósito santo do Senhor
Sou realeza, sou princesa
Sou no meio das folhagens
Um brilhante ponto de beleza.

Possa ser que seja simples,
Ou deveras complicada
Mas enfim, sou como a água
Tão conhecida!
... mas ainda misteriosa

Eu também sou pequena
Mas isso não é problema
Porque meu Pai é o maior de todos
E Ele cabe DENTRO do meu coração!

Orvalho eu sou,
Mas Tua pra sempre serei
Um dia, como orvalho, evaporarei
Mas ainda Tua pra sempre serei.
E pra sempre Tu serás meu Rei!

Ana Carolina B. Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário