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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Manequim

A tristeza grudou em mim
Como cola em manequim
De uma alma frágil
Numa vitrine fácil

Com uma atração tóxica
E uma penetração ácida
A dor perfundiu-me,
E inervação adentro sucumbiu-me

Mas porque achou brecha
De algumas feridas abertas
O sangue emocional escorrido
A chamou para o ataque incontido

E como praga infestou-me
Sem imunidade a recebi
Sem dó transformou-me
Ao que vemos aqui 

Manequim apodrecido
Corpo envaidecido
Exibindo luxo de lixo
Com traça ou bicho 

E como hei de desinfestar
Libertar e descolar
O que já penetrou minhas células?

Preciso de uma droga
Que me livre desse parasita
Mas eu já estou incrédula! 



segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Passo

Eles passarão
Eu passarinho...?!

Sou beija flor
Que voa pela vida
E arrisca o sabor
Ousado, atrevida

Agora passo
E como num passo de dança
Minh'alma sofre, ama, balança

E como num doce balanço,
Da inocência de minha infância
À agora medo, ânsias, inconstâncias

Mas não perco a elegância
Choro, mas choro suave
Como uma bela de uma ave

Bailando pelos ares das circunstâncias
Vou me vendo adulta, crescida
Vou vendo fruto e alma amadurecida

Vou crescendo, vou me vendo
A Ana que quero ser, Ana forte
É mais que detalhe, mais que sorte

É uma firme postura na vida
É a resistência durante a tragédia
É transformar a aventura da vida, em suave comédia

Não fui feita comediante
Mas que de todo bom humor
O meu seja puro e relevante
Que nosso humor seja edificante

E assim, passo, e descompasso
A chorar, rir, amar, versar
E não seria a poesia uma linda melodia?

A poesia é a minha melodia
Eu sou bailarina a dar passos
Passos em versos
Onde minh'alma balança e descansa
Nessa suave dança

Que me abraça, acolhe
Cheia de graça, Já deixo que me molhe
Essa tempestade que chamo de vida

Tempestuosa, tortuosa
Mas vivida, linda, leve, radiante
A vida é realmente contagiante!

Assim passo a versar e contagiar
Minha vida é dança, é passo
É verso, poesia, melodia
Me deixe passar em descompasso

Nos trilhos trepidantes da vida
Um torto descompasso
Pode vir a dar espaço
A uma mudança, dádiva concedida

Que irá trocar meus rumos,
De desânimo à horizonte
Em breve eu me acostumo
Novas paisagens e novas fontes

As vezes o descompasso
Me faz olhar pro lado, pro próximo
Me faz ver além do meu mundo, ótimo

Que eu não fique estática,
Que eu conheça novos mundos
E mergulhe em passos profundos

Sejam meus passos tortos,
Mas preciso passar, versar, viver
Jamais verás meus passos mortos!
Meus passos são vida a correr!

São minha vida,
Meus passos são meus espaços
Meus tempos e momentos
De versar, sofrer, crescer, viver

E assim vou dançar
Com todas essas palavras
Que eu resolvi rimar 

Ah, eu escolhi versar

Eu escolhi viver

Eu escolhi passar.

{Eles passarão,
Eu passarinho.
Beijo a flor da minha dor
Mas não volto ao ninho...
Faço novo caminho!}

Ana
Carolina
Bailarina
Beija flor
Carvalho






segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Super-alma?

Insustentável! É o mundo que criei
Onde sou a melhor amiga de reis
Onde sou a melhor amiga de todas

Insustentável! É pensar que poderia
Suprir tudo em todos, ser super mulher
Quando jamais deveria
Valorar em demasia
Os (a)tributos que a amizade requer

Insustentável, meu ego fica a pendurar
A oscilar e sofrer, preso e pendular
Como os ponteiros do relógio de antigamente
Iam de um lado pro outro, repetidamente

Assim minh'alma passa a divagar
Oscilando e maturando devagar
Aguardando quem a possa ouvir e confiar
Aguardando o que a possa segurar

Não quero mais pender,
Não quero mais oscilar
Quero saber me conter
Poder me sustentar !

Mas novamente não sou super mulher
Que super alma poderia se segurar?
E se impedir de divagar e devagar maturar?

E das coisas que a alma quer,
Como não poder se sustentar?
Ah, eu queria poder me segurar.

E eu não posso.

Maaaaaaaas
Mas mas mas
Eu disse mas!

Jesus já veio, Deus me criou
Eles podem me segurar
E o devem, os devem deixar

Deus te criou e descansou
Ele não te fez com defeito,
E mesmo tu não sendo perfeito,
Ele sempre te amou.

E continua a amar,
Deixa Ele te segurar!

Ó alma aflita! Descansa um pouco!
Repousa tua face no ombro do Pai
Onde toda inconstância se vai
E toda insegurança se esvai

Ó coração rouco, que grita louco
Encontra abrigo, encontra refúgio
Deus é contigo, chega de subterfúgios...

Vê se para um pouco....

Não existe super alma,
E ponto exclamação!

Ana Carolina B. Carvalho